MARINA ROMBALDI
Derivas do corpo-cor amorfo
2021

Intervenção urbana performática, Porto Alegre e Caxias do Sul/RS
Dimensões variáveis
Fotografia e registros: Ingrid Bellenzier, Iury Fontes e Nicole Martinato
Edição: Rodrigo Onzi
Fonte: Acervo pessoal da artista (2021)
O presente trabalho integra o projeto intitulado Vermelejar: inserções poéticas de um corpo-cor na cidade, realizado como pesquisa de mestrado em Poéticas Visuais no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob orientação da Profa. Dra. Cláudia Vicari Zanatta. Esta pesquisa foi desenvolvida com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Abraçando o cenário distópico ocasionado pela pandemia mundial de COVID-19, pensa-se que, apesar da modificação no modo como os ambientes públicos exerceram seus funcionamentos ao longo desse período de total insalubridade, terror, medo e desmanche assolando o Brasil, em muitos lugares e, principalmente, nos centros urbanos, mesmo esvaziados de pessoas, ainda foi e é possível perceber como se dão as relações de poder capitalistas, patriarcais e raciais que seguem se fazendo presentes e exercendo forças sobre o modo como os corpos circulam, existem e performam.
A partir da ideia de que a articulação do corpo com o espaço externo nem sempre é somente poética, mas, também, bastante política, é que surge o trabalho Derivas do corpo-cor amorfo (2021): um conjunto de intervenções urbanas performáticas realizadas a partir da criação do dispositivo corpo-cor amorfo.
O dispositivo corpo-cor amorfo tem dimensões relativas e pesantes, atuando com certa fragilidade. Entretanto, tem peso e massa que transcrevem em sua constituição a temporalidade proposta pelo gesto ativo da intervenção. Ao associar-se ao espaço urbano e suas estruturas, interconecta matérias de diferentes qualidades, cria desenhos na paisagem e recria a organização do espaço urbano, metamorfoseando-se nos espaços, estabelecendo-se pela sua escala e cor, constituindo uma forma maleável que se impõe, faz-se e desfaz de diferentes formas em cada lugar, confrontando relações de horizontalidade, verticalidade e diferentes pulsações. Até onde alcança o corpo-cor? Onde está e como atua o corpo-cor amorfo em relação ao meio coletivo?
Pensando na geometria dura da arquitetura que conduz, direciona e limita os corpos, o corpo-cor amorfo e os processos ativos que o mesmo permite é um dispositivo de busca por novas possibilidades de romper com o panorama cromático e temporal das cidades, bem como romper com a estrutura rija e habitar os espaços coletivos. Por intermédio da cor, vivenciar tempos, estruturas e fluxos e pensar em maneiras de estabelecer uma comunicação direta e visual com os usuários desses espaços, direcionando novas formas de cognição a partir da transformação da percepção e das associações subjetivas e indiretas que atuam no campo da experiência individual-coletiva.
Derivas do corpo-cor amorfo é formado por dez trabalhos, Tapete vermelho, Abre-alas, Interações I, Interações II, Lençol gigante, Vermelho cápsula, Vermelho aglutinante, Estandarte, Parada e A que horas você passou aqui?, realizados no ano de 2021 e nas cidades de Caxias do Sul e Porto Alegre/RS.
As captações de imagem que compõe as dez ações das Derivas do corpo-cor amorfo (2021) foram compiladas em um vídeo que pode ser visualizado abaixo. A captação e os registros foram realizados por Ingrid Bellenzier, Iury Fontes e Nicole Martinato; e a edição e a concepção dos trabalhos é de Marina Rombaldi.
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Tapete vermelho, 2021

Interações I, 2021
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Lençol gigante, 2021

Vermelho aglutinante, 2021
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Parada, 2021

Abre-alas, 2021
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Interações II, 2021
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Vermelho cápsula, 2021

Estandarte, 2021
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